sábado, 25 de maio de 2013

Maria, Virgem e Mãe


Se, na visão de Maria Apóstola, Padre Alberione vê a função das Filhas de São Paulo associadas de perto ao apostolado sacerdotal, na função de Maria Virgem e Mãe ele vê a presença específica das Pias Discípulas e das Irmãs Pastorinhas, cujo serviço é colocado ao lado do homem-sacerdote-apóstolo. Coloca em ação a prática do colégio apostólico, no qual Maria e as mulheres desenvolviam uma parte indispensável de presença, de conforto, de oração, de maternidade e de amparo. 

A indissolubilidade, que liga Maria à Igreja, foi uma redescoberta do Concílio Vaticano II, no qual Maria é considerada “Virgem e Mãe de Cristo e de todos os viventes” (LG 63). É um conceito proveniente da teologia patrística e da tradição das Igrejas primitivas e que é retomado na teologia joanina sobre Maria. 

Se “pela sua fé e obediência Maria gerou neste mundo o próprio Filho de Deus, sem contato com homem, mas recoberta pela força do Espírito Santo, como nova Eva, acreditando não na antiga serpente, mas sem nenhuma hesitação no mensageiro de Deus...” coopera com amor de mãe “para a regeneração e formação dos filhos de Deus” (LG 63), assim também a Igreja – sobretudo hierárquica e a parte formada pelos consagrados – “é ao mesmo tempo mãe e virgem: é mãe pelo sentido do amor, é virgem na integridade da fé devota. 
Ela gera povos, que são, porém, membros de uma só pessoa, da qual ela é ao mesmo tempo corpo e esposa, também nisso comparável àquela única Virgem Maria, porque esta, entre tantos, é a mãe da unidade” (Santo Agostinho, Sermão 192; PL 38, 1012 D). 

Eis, pois, as características profundas da virgindade- maternidade de Maria: 

a. Virgem em atitude de escuta, 
b. Virgem Mãe, 
c. Virgem em oração, 
d. Virgem em atitude de oferta. 

Essas características são ressaltadas no documento “Marialis cultus” de Paulo VI (nn. 16-22). 

A virgindade e a maternidade de Maria qualificam, em síntese, a vida de Maria como serviço. Padre Alberione demonstra tê-lo compreendido muito bem quando define o apostolado: “Ser virgens e mães. E quanto mais formos puros ou purificados, tanto mais se realizará o apostolado de Maria, tornado atual e eficaz”. 

Nesse serviço, ele vê Maria como primeira “pia discípula”: “Maria, fidelíssima à sua missão, começou de imediato a viver como pia discípula do exercício sacerdotal na Igreja nascente” (IA III, 96-97). 

Não somente isso, mas também como primeira “pastorinha”: “A primeira a cooperar com o ministério pastoral de Jesus foi Nossa Senhora. Se Jesus pregava o Evangelho, Maria o vivenciava no dia a dia. Ela foi a primeira Pastorinha... Desejo ver as Pastorinhas sempre assim: unidas a Maria, primeira Pastorinha, no que diz respeito à vida interior de união com Jesus e com a ação apostólica” (So 78-79). 

 Pontos de reflexão 
– A virgindade do consagrado será fecunda se ele mantiver o coração indiviso que adere a Deus “com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças” (cf. Dt 6,4-5). Isso significa: 
• amar a Deus com todo o próprio ser, com coração indiviso: eis o voto de castidade; 
• amar a Deus, mesmo com a alma dilacerada, até à imolação total: eis o voto de obediência; 
• sacrificando a Deus todos os bens (= forças; mamon em aramaico): eis o voto de pobreza. 
– Somente assim a virgindade se torna fecunda, gerando a fé. O consagrado, por paradoxal que pareça, exerce a maternidade mais fecunda. Realiza um paralelo entre Dt 6,4-5 e Mt 13,18-22.
– Maria serve o divino Pastor; portanto, é a divina Pastora. As Pastorinhas devem aprender de Maria a pastoral, isto é, a divina arte de governar as almas. Cf. So 50, 68,74; PP I, 13-18; PP II, 8.77; FM 152-153.

Fonte: Catequese Paulina, p. 180-182

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